sexta-feira, 20 de abril de 2007

ABRIL - 2007 - ARITA

ARITA  DAMASCENO  PETTENÁ

PEREGRINO  TRISTE

Debaixo daquela árvore,
já sem ramos, já sem frutos,
eu vi chorar o viajor,
peregrino de estradas já sem rumo.
      Olhos tristes de lembranças vagas,
      deixou correr pela face cansada,
      a lágrima acre de uma dor sentida,
      o soluço de um amor perdido.
E abraçado ao casco sem vida,
confessou baixinho ao tronco antigo,
os sonhos findos, as esperanças mortas,
de um passado que se chamou saudade.
      E parecia ouvir do caule amigo
      sussurros doces que lhe diziam assim:
      Melhor enfrentar a vida sem receios
      a chorar o que não volta mais.