domingo, 13 de novembro de 2011

SOU BRUTO, SOU FERA


Sou bruto, sou fera
sou fruto da terra,
um boiadeiro  errante.
Peão namoradeiro
sigo  tocando meu berrante.

No pelo ou na cela,
sou bruto, sou fera,
José Luiz Pires
sou fruto da terra.
De peão de ponteiro
eu não corcoveio.

No terreiro ou tulha,
se tiver sanfona e viola,
levanto poeira de um jeito matreiro.
Quero um abraço e um beijo,        
galã de rodeio, peão boiadeiro.

Moreninha, lourinha,
não faço rodeio,
chego logo no meio.
Bonitinha, faceira,
quero ficar no teu seio.
Por cima ou por baixo,
no braço ou no laço,
quero um beijo e um abraço.


Poema publicado na Antologia A Voz da Inspiração V